quinta-feira, 16 de julho de 2009

Teorias construtivistas

O construtivismo fundamenta-se na ideia de que a realidade do mundo é construída na mente dos indivíduos a partir de representações mentais ou modelos do mundo. O conhecimento adquire, assim, um estatuto subjectivo uma vez que este resulta das nossas experiências sobre o mundo.
Esta ideia é um elemento central da filosofia de Kant. O contexto assume um papel fundamental tendo em conta que a construção de novos conhecimentos faz-se a partir dos contextos da vida real que serviram de base à construção dos conhecimentos anteriores.
(Hannafin, Hannafin, Land & Oliver, 1997) consideram que o paradigma construtivista pode ser dividido essencialmente em dois tipos de abordagens distintas.
A primeira, o construtivismo, está ligada à corrente cognitivista e à abordagem Piagetiana. A segunda abordagem, denominada construcionismo, deriva da abordagem sociocultural de Vygotsky.
No construtivismo a ênfase é colocada mais no aluno que no professor. O aluno constrói o seu conhecimento e soluções para os problemas. A autonomia e a iniciativa são encorajadas.
Os construtivistas viam a aprendizagem como o resultado de uma construção mental. Os alunos aprendem ajustando a nova informação à anteriormente existente. As pessoas aprendem melhor quando constroem de forma activa o seu conhecimento.
A aprendizagem também é afectada pelo contexto, pelas crenças e pelas atitudes dos aprendizes. Estes são encorajados a inventar as suas próprias soluções, experimentar ideias e hipóteses.
Segundo Labedie e Amossé (2001) a construção do saber, ainda que pessoal, efectua-se num quadro social. A aquisição do conhecimento depende do contexto pedagógico, ou seja, das situações de ensino/aprendizagem e das actividades conexas.
O construtivismo piagetiano inspirou numerosos modelos de ensino e programas de aprendizagem, especialmente nas matemáticas e ciências, atribuindo ao sujeito e ao ambiente um papel fundamental. Esta teoria entende a actividade de construção do conhecimento como um conjunto de processos de assimilação das informações novas nos esquemas antigos. Os novos conhecimentos que daí resultam constituem os novos objectos do pensamento sobre os quais os indivíduos se apoiam para agir (Legros, Pembroke, & Talbi, 2002).
Na perspectiva de Vygotsky, o papel do professor passa pela ajuda ao aluno proporcionando-lhe apoio e recursos para que seja capaz de aplicar um nível de conhecimento mais elevado. As aprendizagens devem ser orientadas para que conduzam a um avanço no desenvolvimento.
A escola aparece como um lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo ensino/aprendizagem. O professor tem, aqui, um papel explícito de intervenção no processo, situação diferente das aprendizagens informais nas quais a criança aprende por inserção num ambiente cultural. O professor deve interferir na zona de desenvolvimento proximal de forma a permitir avanços na aprendizagem dos alunos.
A Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) existe na mente dos aprendizes, representa a diferença entre o que o aprendiz pode individualmente realizar e aquilo que é capaz de atingir com a ajuda de pessoas com mais conhecimentos (professor, instrutor,) ou em colaboração com outros aprendizes que dominem melhor a matéria (Fino, 1999).
Para ensinar bem, o professor tem de compreender os modelos mentais que os alunos utilizam para interpretar o mundo e os pressupostos que estão por detrás desses modelos.
A realização de debates, questionamento, ilustrações e explicações são elementos das estratégias de ensino que o professor pode utilizar socorrendo-se desta teoria de forma a promover o desenvolvimento dos alunos. O professor é parte activa e integrante da interacção social que permite a construção do conhecimento. O aluno não é só e apenas o sujeito da aprendizagem, mas é também aquele que aprende com os outros aquilo que a sociedade em que está imerso produz, como os valores, a linguagem e o próprio conhecimento.

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